O Grupo Lena na Venezuela

[Ensaio de Joaquim Paulo Conceição, Presidente da Comissão Executiva – CEO] Todo aquele quadro impressiona. A vastidão dos espaços, a largueza que obriga a alargar a vista e a levantar bem a cabeça. Um corrupio de dinamismo, com as máquinas a rolar e a terraplanar, com homens de capacetes brancos, longínquos, parecendo formigas, andando de um lado para o outro. No topo, a nova fábrica que se junta à outra, irmã, ambas equipadas com o melhor que se faz na Europa e em pleno funcionamento. As gruas, mais de cinquenta, roçam os céus, rodando sobre as estruturas metálicas, alimentando a construção a bom ritmo. Enormes e imponentes como tudo o resto, que se estende por largos quilómetros quadrados de terreno aberto e pronto a ver nascer um abrigo para as famílias carenciadas da Venezuela. Uma sinfonia de instrumentos que se juntam para fazer nascer uma enorme cidade, que cresce à razão de 280 apartamentos, por mês, em diferentes tipologias de edifícios, com seis ou sete pisos, atingindo um total de 50 000 apartamentos.

Trata-se de um dos maiores projetos de habitação social, mais de três milhões de novas habitações sociais, envolvendo parceiros de muitas partes do mundo. O Grupo Lena, sempre citado pelas autoridades venezuelanas como o melhor exemplo a seguir, tem aqui um papel extremamente importante: 1) Pela construção das habitações, pelo forte impacto que representa a nível de construção para um grupo português, garantindo o futuro, que se adivinha frágil nestes dias, mas com a consciência bem clara da importância fulcral para as famílias daquele país imenso e apaixonante; 2) pela construção e entrega de duas fábricas de prefabricados, com toda a transferência associada, quer das infra-estruturas (ao nível do melhor da Europa), quer ao nível da passagem do conhecimento e formação a operadores venezuelanos, gerando emprego direto e produzindo desenvolvimento económico e social.

Mas o grupo Lena arrebata consigo, nesta enorme aventura de descoberta de novos mercados, também outras empresas portuguesas. Mais de cinquenta, gerando um volume de exportações, no ano de 2012, superior a 150 milhões de euros.

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